segunda-feira, 12 de dezembro de 2011
EU E ESSE MEU JEITO DE SER
Eu vim com dois defeitos de fábrica: um cérebro pensante e sentimentos pulsantes. Não sei a quem culpar por esse erro, mas eu vejo, sinto, percebo, falo, escuto e, portanto, penso e tento não me enganar. O defeito não é defeituoso para mim, mas para quem se aproxima e eu até entendo as queixas, deve ser mesmo muito complicado me tolerar. Eu não sei ver uma injustiça e fingir que não vi. Eu não consigo sentir ou perceber a real intenção de alguém e seguir o jogo. Eu não consigo perceber e enlouquecer pensando que não era nada disso, não sou capaz de me iludir para tornar real a ilusão preguiçosa de alguém. E isso incomoda. Eu incomodo. Incomodo, como me incomoda o mundo em que vivemos. Mundo que, às vezes, me dá nojo. E o pior de sentir nojo desse mundo no qual vivo é não poder sequer me dar ao luxo de vomitar: alguém seria capaz de me pedir para limpar!
REBOBINE, POR FAVOR!
Eu mantinha meu maior orgulho, a humildade. Essa voz rouca, essa vontade de sair. “De repente as coisas somem” ele disse. No início você duvida da frase, mas depois constata que isso acontece. De fato coisas somem. Os colegas somem, aquela vontade louca de viver a vida se esconde em meio as dúvidas e decepcões do mundo moderno. Aquela mania de rir adoidado, aquele amigo que virou namorado, o livro que foi autografado aonde foi parar? A vida leva da gente quem a gente deixa a vida levar. E eu que sempre confiei em conto de fadas, percebi que as fadas não te levam nas asas. (Continua).
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