segunda-feira, 30 de outubro de 2017

SE VOCÊ NÃO TEM FILHOS II

Se passou 6 anos e agora posso escrever com propriedade, afinal minha joia preciosa vai completar um ano no mês que vem. Lá vamos nós, pegue um balde de pipoca caro leitor, que vou lhe dar boas dicas, sobre filhos. Se você não os tem, é claro que você conseguiu concluir essa tarefa sem ser interrompido, mas se já os tem, sente sem o aperitivo e me leia, mesmo assim. Ah seu eu pudesse reescrever minhas expectativas do passado em relação aos filhos, eu estaria mais preparada para tudo. 
Se você não tem filhos provavelmente assim como eu, você alguma vez já deu pitaco na criação de alguém, não faça mais isso, ok?! UFA! Podemos prosseguir. Continuo achando a maternidade pesada e cheia de coisinhas pequeninas que se somadas se tornam exaustivas e cansativas, mas acredite em mim vale muito. Se você não tem filhos e imagina que poderá continuar vivendo sua rotina como de costume, que o bebê recém-chegado deve se acostumar a sua rotina e não vice-versa, PASME, isso não acontece, você se anula. Você esquece que você também é uma pessoa que sente vontade e tem necessidade, principalmente nos primeiros meses. Muita gente romantiza a maternidade, posso te falar? Puta que pariu, quem disse isso provavelmente não tinha filhos! Todo mundo acha que cria seu filho melhor que você, todo mundo te rotula. Rótulos! Vocês recebe rótulos por tudo: boa mãe, mãe natureba, mãe neurótica, enfim. Nas suas costas vai cair um mar de culpa, livre-se dela, vai por mim a criação é compartilhada, seu parceiro não está ali só para te ajudar, ele precisa fazer o papel dele. Confesso que muitas vezes eu não dei (dou) abertura e autonomia pro meu, mas eu estou tentando mudar. Quando você tiver filhos você verá alegria e infância por todos os lados, terá brinquedos espalhados pela casa toda, você vai descobrir que as crianças são tão mágicas, que qualquer coisa vira brinquedo. Você vai ter tanta roupa para lavar no fim de semana, que vai se perguntar milhares de vezes: "como um ser tão pequeno, suja tanta roupa?" Você vai perder a conta de quantas fraldas você já trocou. O cocô fica mais fedido com o passar dos meses (?). Você vai pagar MUITO a língua, se acostume com isso!  Lembra da sua sapatilha especial? O bebê vomita nela! Se você não tem filhos ainda, os tenha logo. É recompensador!

CONFUSA.

Eu nem sei se posso transformar minha própria vida. Sinto que meus sonhos já não são meus. Eu vejo os carros passarem na minha porta, janela. Eu sinto muita falta de algo que eu nem sequer cheguei ser. Tenho evitado escrever, pois tenho encontrado passos que não dei. Algo queima dentro de mim e eu, eu nem sei o que é. Confusa. Eu senti, mas apenas. Me transformei tanto em tão pouco tempo, mas vejo cada dia partir e eu, aqui. Tenho vivido momentos mágicos, estou longe de estar triste. Talvez eu só precise que alguém assuma meu papel por alguns minutos para que eu possa respirar fundo e ser eu. Continuo sendo eu, mesmo não sendo. Confusa.

segunda-feira, 14 de agosto de 2017

Tenho vivido em uma rotina extremamente puxada. Ser mãe deve ser assim mesmo, eu digo para mim mesma em cada manhã. Muitas vezes saio antes de nascer o sol. Preciso muitas vezes me policiar para não virar quem sempre critiquei: a tia reclamona. Tenho pensado muito em voltar a escrever aqui, pois consigo transbordar sentimentos do meu coração. Preciso mudar o ponto de vista. Uma única coisa transmuta em olhos diferentes. Fico imaginando o mundo no olhar da minha filha. Eu fico imensamente feliz em ver ela olhando pela janela do transporte público, ela fica tão fascinada. Deveríamos para sempre ser criança.
Eu ainda não entendo muito sobre esse novo papel de mãe. Mas tenho me esforçado ao máximo para ser sempre o melhor de mim, falho e volto a estaca zero inúmeras vezes. Me cobro muito e novamente aprendo com ela. Ela fica tão feliz em ver o nascer do sol comigo de manhã. Eu mostro à ela as nuvens e a cor do céu, ela não me responde, mas sei que ela me entende. Ela sorri.

terça-feira, 10 de janeiro de 2017

Há dias que venho querendo escrever sobre esse momento mágico que estou passando em minha vida, mas confesso que o tempo tem sido curto e eu não sabia muito bem por onde começar.
Bom, resolvi começar por onde tudo se iniciou: o parto! Muita gente me perguntou como é a experiência de um parto, por isso decidi escrever algumas linhas, mesmo sabendo que um momento tão magnifico não cabe em um pedaço de papel. Meu parto foi natural, ou seja: sem intervenções médicas, isso mesmo, sem anestesia, sem cortes, da maneira menos traumática para minha linda. Sim, pasme, aprendi que o parto é o primeiro trauma que um bebê sofre. Não me lembro muito do choro da Isabela, na verdade me lembro de pouca coisa. A dor? Não sei descrever, não existe comparação, mas passa, na hora! Lembro das palavras doces da enfermeira, lembro de todo o apoio que o meu marido deu para mim, sem ele ali, com certeza não teria forças. Lembro de pegar a Bela no colo, era como se eu tivesse levado um soco, tantas emoções que não cabiam em mim, transbordavam pelos meus olhos. Aquele momento foi o mais feliz da minha vida!
O meu maior sonho estava em meus braços. E agora? O que eu faço? Foi o que eu pensei. Ninguém me ensinou a ser mãe. Fui tomada por um turbilhão de palpites e orientações: "não coloque isso, coloque isso, faça assim, não faça assim." Os primeiros dias foram muito difíceis. A maternidade não é um conto de fadas e não tem problema nenhum você assumir isso, você não será menos mãe. A maternidade para mim é um aprendizado constante, todo dia eu aprendo alguma coisa, todo dia eu ensino. É um troca, de carinho, de amor. 
Este texto? Continua...