segunda-feira, 10 de dezembro de 2018

PARA ELE

Apaixonada pela escrita dele. Havia tanta tristeza em suas palavras que ela queria ser uma lágrima em seu rosto úmido e frio. Houve tanto medo de se apaixonar e se tornar um daqueles textos sem finais felizes. Existiu tanta poesia e um coração tão puro, que inspirou a vida e deu vontade de conhecer. Ela demorou para entregar sua alma para ele, mal sabia que à ele já pertencia. Ela não sabe de nada. Ele não sabe, mas ela a relê todos os dias, quase. Ciúmes dos textos antigos endereçados sem endereços, dos beijos gastos até encontrar sua boca, dos sentimentos sentido em vão. Passado, ele diz. Ela sente que erra todos os dias, concerta, mas inconsciente volta à errar. Culpa por não ter tido nunca algo verdadeiro e quando o têm custa a acreditar que seja boa o suficiente para isso. Ela erra, ela era.

DESmame

Desmame. Que papo de mãe mais chato, não é, apenas espere. O famoso desmame aconteceu tão rápido que eu nem percebi. E quem sofreu fui eu. Eu fui desmamada sem nenhum aviso prévio, não estava preparada para esse momento. Não sou hipócrita, eu estava planejando à tempos, mas eu achei que ela iria chorar e clamar pelo colinho da mamãe e não, eu que choro e corro atrás dela pedindo atenção. Ela é independente e tão dona de si, que me dá medo. Um misto de orgulho e insegurança, não sei explicar. Acho que caiu a ficha de que se esta criando o filho para o mundo e não pra si. Não sei ao certo porque estou escrevendo esse texto. Nada é planejado.

quinta-feira, 5 de abril de 2018

ABRIU

Dois mil e oito e nenhuma palavra. Abril e nenhuma abertura feita. Tenho vivido em constante, tanto que constantemente não consigo me digitar. A vida esta tão corrida e percebi que sempre foi assim, nunca tive pausa. Comecei a escrever este texto sem a minima ideia de aonde ele vai parar. Pausa. Talvez se estivesse ensaiado um pouco mais, eu saberia. Mas a vida é totalmente sem freio, você sai sem saber se irá voltar, como e quando. Não é?! Muito fácil acreditar em destino e deixar se levar, mas é preciso acordar cedo todas as manhãs, batalhar e voltar pra casa achando que não fez o suficiente. Cobrança. Eu tava doida pra que esse texto fosse algo diferente do que é, no fundo talvez seja. Um texto sem começo e fim, com alma. Minha. Eu enfim, descobrindo a mulher que me tornei, puta que pariu. Modéstia a parte. Nem lembro quantas vezes eu busquei as palavras pra mostrar aonde eu chegaria, mas a verdade é que ainda não cheguei nem no meio do traço.