domingo, 27 de junho de 2010

Um mundo que é só meu!

Sentei no chão. Arrumei velhos papeis na gaveta, revirei as coisas antigas. Li algumas cartas.Limpei a poeira dos portas-retratos guardados. Dentro de alguns livros encontrei muitas coisas, coisas que não revelo.
Quanta coisa se perdeu durante o tempo. Roupas que nunca foram usadas, que por fim, só incomodam dentro do armário, posso dizer o mesmo dos sapatos velhos, que por algum tempo atrás me eram tão úteis, hoje já nem me servem nos pés.
Joguei no lixo sem pensar duas vezes.
Encontrei trabalhos de escola. Livros que antes me interessavam tanto, hoje
não me chamam nem à atenção; me deixam entediada só com o título.
Letras de musicas que eu costumava ouvir reapareceram em meio a bagunça. Por alguns instantes, pude ouvir até alguns trechos que vinham em minha memória.
Revi as fotos dos aniversários, das brincadeiras de criança, dos amigos da escola, daquela festa que eu jamais vou esquecer. Tudo fez um enorme sentido, tudo deixou um grande vazio. A bagunça do meu quarto revela uma parte de quem eu sou. 
Não exatamente, nem totalmente. 
Eu gosto de viver no mundo do quarto. Na verdade, eu tento me encontrar em meio à tanta bagunça. Por muitas vezes fico ali sentada, quieta, tentando me lembrar como eu consegui destruir à parede, sendo tão alto. Talvez nem tenha sido eu, mas alguém destruiu. Ultimamente tenho pensado em coisas banais, como por exemplo: A quantidade de bolsas que eu guardo. Que sem exagero, da pra guardar as coisas de toda humanidade e se bobear ainda sobra um espacinho extra. Eu sei que são muitas só pra mim, um dia eu vou criar coragem e jogar todas fora. Afinal não se precisa de tanto para ser feliz! É um quarto pequeno, simples do jeito que sou. Com moveis de solteiro, já que uma cama de casal jamais iria caber. É um quarto simples como já disse, é do jeito que tinha que ser. Bagunçado e calmo. É o meu quarto, igual ao quarto de todo mundo. Mas é o  único que as paredes têm ouvidos, já que me escutam cantar todos os dias. É misterioso. No qual eu começo arrumar todos os dias e nunca termino. 
Menos mal!