sexta-feira, 8 de outubro de 2010
AONDE SEMPRE QUIS ESTAR!
Desci do salto, soltei o cabelo e me sentei no chão. Era uma noite qualquer, me lembro como se tivesse sido ontem. Lá estava eu com os cabelos ao vento e a sandália nas mãos. Era estranho, eu nunca tinha visto uma noite de novembro tão fria como aquela. Eu olhava pro céu, o vento invadia minha alma. Pensei em tantas coisas, um filme da minha vida passou pelos meus olhos, tudo virou na minha cabeça. Por mais que eu sentisse o chão, parecia que de alguma maneira eu não estava ali, não naquele momento; estava longe. Mas meus pés não me deixavam sair do chão, eram como correntes me prendendo ali. Uma paz tomou conta de mim, olhei pro céu e a sua imensidão me deixou embriagada de ternura. As horas iam passando, as pessoas me olhando. Não estava nem ai, não queria saber de mais nada, estava exatamente aonde sempre quis estar. Fechei os olhos e por um instante senti uma presença, alguém estava perto de mim. Abri os olhos, virei. Juro, parecia que eu tinha caido de uma altura de 300 m do céu. Era minha amiga, perguntou o que eu estava olhando, era incrível como ela não sentia aquela paz. Ela se afastou, me deixou ali. Resolvi que estava na hora de eu ir embora, estava quase amanhecendo. Levantei, carreguei a sandália nas mãos, limpei meu vestido; fui andar. Andei, por muito lugares andei. Amanheceu, fui tomar café em uma lanchonete de esquina (ótimo café por sinal), me sentei. Tentei sentir aquela paz novamente. NUNCA mais consegui sentir paz igual.