Perdemos todos nossos valores, por mais falsos que fossem. Ocorria que a tradição nos legava um modelo ideal de família e de sociedade, mas o que fazer quando esse modelo se desfaz, ou quando nunca é sequer alcançado?
A mãe mora com um filho e com um homem que não é pai desse filho. O pai mora com uma mulher e recebe visitas desse mesmo filho esporadicamente. O problema de todos nós sempre é com a crença do outro: o que irão achar disso ou daquilo, quando ninguém está disposto a assumir a responsabilidade pelos atos que praticamos.
Vivemos em uma época de incertezas. Uma época na qual as coisas se esvaem. Temos desejos pelas coisas, e quando as alcançamos ficamos insatisfeitos por querer outra.
No início tudo que se quer é um carro, depois se quer equipar esse carro, depois um carro melhor, e assim caminhamos. Nosso espelho reflete o que não temos. Não nos vemos nele, nos imaginamos.