sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011
HERE I AM
Então escrevo desesperadamente, compulsivamente. O que não me deixa. O que não me deixava. Procuro auxilio nas palavras, minhas próprias palavras. Amaciando o teclado, amaciando o pensamento. Penso que sou essa página em branco e que devo cuidar-se com muito cuidado. Nem sempre isso é possível. Blasfemo esse pedaço de documento virtual com certeza de que não vou ferir ninguém, mas as conseqüências dessas palavras ressoam, e acabar por arder em mim mesma. Há um pensamento em fuga, uma poesia. Ela se esvai, porque dilacera mais em poucas palavras que a prosa corrida e articulada. Não que a poesia não seja articulada, não necessariamente o é. Na sua desarticulação cria, no seu estado de caos sistematiza. Desconforto é pra quem está confortável, equilíbrio é para quem está desequilibrado. Quero ser o beijo nessa consciência e apesar de tudo, ainda enxergar as margaridas. Sinto que coisas boas, essas que ficam guardadas na nossa memória lúdica, começam a desabrochar. Estou reunindo toda a força do mundo. A força e o poder de cura das florestas amazônicas, fluidos cósmicos, juventude. Escrevo, independente de qualquer forma. Como preencher melhor planejado os discursos e estruturação de idéias, com prazo. Por isso quase arredondado, já deve estar pronto para rolar, rebater, girar, como a terra. Perdida no globo que não me encontro. Aproveitando o espaço para descartar o lixo que enjoa. Sabe, onde caminha o amor, caminha também o ódio, em lados bem próximos. Pior é perder o rumo das próprias vontades, destruir a imagem dos próprios sonhos, vandalismo. Incapaz de superar a si mesmo, de seguir e sonhar outra vez. Cabeça minha, começa uma transformação. Mesmo que nesse tempo não tenha deixado de evoluir, ler, aprender, mesmo que aos tropeços, mesmo que aos trancos. Um poeta opina sobre a própria sorte. Morte é uma palavra sombria, contudo fala a verdade quando é renascimento, recomeço. Uma oportunidade se toma, como um bom cálice de vinho do porto. Depois da refeição, depois de uma dança, depois do marido e a mulher, depois de trinta anos de casamento. Escrevo porque o café é pequeno. Feito de benefícios, trator amarelo, as benfeitorias. Pos fogo nas manchetes do jornal. Fugiu nas páginas policiais. Saiu do Brasil de navio. Compondo as minhas proposições, propondo às minhas divagações algo além do além. Escrevo meu tratado de paz comigo mesma. Escrevo. E você nem vai perceber, mais rápido do que eu pensava.
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A poesia é viva porque se move dentro da gente,
ResponderExcluirbuscando nos dar dicas de como ela quer sair,
e tocar o papel com carinho e leveza.
vai ser boa assim lá na china
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