domingo, 1 de maio de 2011

PALAVRA AO TEMPO - PARTE II

Hoje não houve entardecer. A noite caiu simplesmente, mas a lua ainda brilha no céu. Foram longos os entardeceres que passei diante dessa janela, pensando na vida, na sua vinda. Vejo que estou a poucos metros e alguns quilômetros de alcançar a  chegada do tempo. Estou me observando a cada instante. Na prateleira onde coloquei as lembranças. Nas frases clichê da vida. Estou me vendo, me policiando. Mas não da palavra! A palavra fura e rasga. A palavra empunhada, apunhalada, punhaladas. Nada permanece. Quando bela, quando triste. O sol logo amanhece. Porém só um dia, o porquê se levanta. A gente entende, sorri e anda.