segunda-feira, 6 de junho de 2011
DEIXA ESTAR, DEIXA EU SER
Dê-me licença de dizer, mas eu conheço esse olhar que se esgueira e que se perde dentro de si mesmo. Que me faz perquirir seu espírito vendo esse olhar que avança contra si mesmo, de improviso, conduzindo-a ao labirinto. Conheço de algum lugar as linhas que traçam esse rosto, a caixa dos sentimentos secretos. Que preza por sua dignidade quando o sol os ilumina. Conheço essa cegueira passageira de quem sai da escuridão-para-a-luz intensa irradiante. Quem não conhece? Deixe-me dizer, antes de recostar a cabeça sobre mais uma noite e o pretenso merecimento de mais um dia, que esse silêncio não durará para sempre. A voz intrínseca se externará como toda palavra que cala e toda mudez que silencia. Não faltarão perguntas, e hoje eu tenho que te dizer: aprendi todas as respostas.