quarta-feira, 29 de junho de 2011

O VERDADEIRO AMOR É AQUELE QUE TE FAZ PENSAR


Muitas vezes as pessoas dizem "eu TE amo", mas, fora qualquer erro gramatical do que deveria ser um chato "amo-te", na verdade, estão dizendo "Eu ME amo". Eu TE amo porque ME reconheço em você, eu ME orgulho de você porque você tem o que eu ME orgulho em mim, eu TE admiro porque você é como o que ME admira em mim, eu TE acho inteligente porque você ME faz pensar o que já penso, eu TE acho legal porque ME acho também. Eu TE amo porque Eu ME amo em você. É tão fácil amar o espelho, apoiar o que é igual, concordar com quem vai ao encontro do que você pensa, admirar quem se assemelha a alguma parte de você. Amigos e amantes não dizem a mesma coisa juntos, isso é um coral. Amigos e amantes não se vestem da mesma forma, isso é um uniforme (ou falta de criatividade). Amigos e amantes não têm o mesmo objetivo para o país, isso é um partido político. Amigos e amantes não gostam das mesmas músicas, artistas, não têm o mesmo gosto cultural, isso é um fã-clube. Amigos e amantes não idolatram o outro, isso é religião. Amigos e amantes apenas se aceitam, se respeitam, se acrescentam com as diferenças e são felizes na presença do outro, de um outro não de uma extensão de si, e o nome disso é amor - ou maturidade, para quem não tem medo de ser mais do que se acostumou a ser. Eu TE amo porque é o que você ME desperta, por VOCÊ e não por mim.

segunda-feira, 27 de junho de 2011

DOCE INVERNO - PARTE I

Viver é desfrutar do trabalho e do bem-viver, eu espero, desejo, quero. Mas de repente, tudo se me nega, não fujo, não sou do tipo de fugir.  O sol de inverno aquece docemente. Já não bate em meu peito amor por um mundo velho pleno de novas formas de comunicação. Já não sabem que existe um mundo invisível. Eu quero estar incomunicável para conversar com o Deus que eu criei. Falar e ouvir a mim mesma. Depois, reaprender a falar com o tom vocal que nunca se esquece. Não tenho pesados livros para carregar no caminho, nem chagas, nem mágoas. Não tenho janela pra rua, não ando por ai seminua. 

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Boa Noite, Ontem.


Nessa minha pequena vida eu só quero o amor. O peso do mundo é o amor. Peço agora que não nos pese tanto.  Onde ontem mesmo encontrei uma pessoa que me fez avaliar os anos. Sim, os anos se passaram feito água, mas essa é apenas uma marcação dos imensuráveis espaços entre o que vivemos. Viver e apenas viver, intensamente. Não se pode ser "mais ou menos" intensa e vendo aqueles olhos negros, penso que lês imediatamente nos meus olhos verdes. Por isso eu cá sou eu e você está onde está. Eu, não nada mudei. Continuo amando demais, onde o sol nunca se põe. Da minha maneira louca, inexplicável, irregular e simples. Do meu modo pequeno, de ser grande.  

quarta-feira, 8 de junho de 2011

PALAVRA AO TEMPO - FINAL

Deve ser quem descansa em meus braços, onde cabem todos os meus sonhos. Vejo seus olhos refletindo calma e mistério. Vejo-te descansando sobre mim e essa visão se encera na sua tranqüilidade enigmática. O que podemos ser além de nós mesmos? O que haveremos de fazer? Essa imagem figura como quadro mental de vidência ou realidade. Esse lugar do etéreo em que você se encontra. Talvez seja um gosto, um toque, uma fragrância talvez. Talvez seja esse olhar que se perde na brisa, e eu que perco em minhas próprias digressões. Não é uma surpresa não saber mais, não ter uma noção exata de tempo, da passagem das horas. A órbita em que vivemos. Não as prendo, deixo que as horas passem sem me aperceber do dia da noite do entardecer. Somente quando andar falar e comer, como somente para mover-me e me manter em movimento, mas sem saber o fim, senão o meio para atingir o pálido esboço de um novo fim. Como gaveta dentro de outra gaveta ad infinitum. Assim como eu, essa análise patológica acrescenta jus à minha biografia. O celibato, a fé, a temperança. Nesse mercado livre de sentimentos minhas alvas palavras voam soltas ignorantes dos limites da página do universo onde cada um escreve seu Deus, onde cada história se repete.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

DEIXA ESTAR, DEIXA EU SER


Dê-me licença de dizer, mas eu conheço esse olhar que se esgueira e que se perde dentro de si mesmo. Que me faz perquirir seu espírito vendo esse olhar que avança contra si mesmo, de improviso, conduzindo-a ao labirinto. Conheço de algum lugar as linhas que traçam esse rosto, a caixa dos sentimentos secretos. Que preza por sua dignidade quando o sol os ilumina. Conheço essa cegueira passageira de quem sai da escuridão-para-a-luz intensa irradiante. Quem não conhece? Deixe-me dizer, antes de recostar a cabeça sobre mais uma noite e o pretenso merecimento de mais um dia, que esse silêncio não durará para sempre. A voz intrínseca se externará como toda palavra que cala e toda mudez que silencia. Não faltarão perguntas, e hoje eu tenho que te dizer: aprendi todas as respostas.